Prendem-se ao largo num sol fechado
De tristeza e de loucura voam cinzas da paixão
Outrora acesa a chama de uma labareda que flameja
Restam nos meus lábios roxos e frios
O gosto amargo das palavras
Que se vão exilando de cada gesto
Fecho os olhos e sem respirar
Flutuo ao longo de um abismo
Desenhado entre o mar e a serra
Ausentei-me dos meus bailados ao luar
E esquecida pelo meu corpo caio a teus pés
Fruto de um dia feito de magia por um
Deus Selvagem feito de mar vertiginoso
No ombro um malmequer pintado de tatuagem
Deixa cair nas tuas mãos uma pétala
Perfumada de terra seca regada pelas lágrimas
Que um dia beijaram meu rosto de sal
Sei de um lugar onde me escondo
Povoado de borboletas de mil cores
Onde posso voar e encontrar-me com Deus
Morrer por instantes e voltar de novo
O meu peito em convulsão
Chora lágrimas de sangue
Que escorrem pelo meu corpo
Frágil e exausto de cansaço
Doeu tanto ...
Cada olhar, cada palavra, cada gesto
Rasgou o meu peito com três letras apenas
Abraçou -me com um manto de gelo
E partiu para sempre sem mim
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