segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Entre Mim e o Tempo...

Ás vezes
Não sei muito bem quantas das vezes
Que nem me apercebo
Se das vezes que
Cada vez mais são vezes
O tempo faz-se de vez em quando
E parte á deriva sem marcar a sua vez
Agora já não o é e mais logo já foi
Joga-se com um adversário poderoso
O tempo ...
E perde-se vezes sem conta
Sou eu cada vez menos vezes
Sou feliz de cada vez que sou eu
Vezes cada vez mais sem vez
Vou fazer da minha vez
Mil vezes
Ser eu ...
Sem fugir de mim
Ser assim vezes sem tempo
....

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Posso Apenas Ser Eu...

Posso falar-te de mim
Saber de mim pelo vento
Caminhar ao lado dos meus passos
Inundar-me nos meus medos
Percorrer todos os meus segredos
Chegar ou partir
Existir ou não
Tornar-me invisível ou simplesmente
Desaparecer ...................
Sobreviver ao relento
Invadir-me de personagens ou
Ser apenas uma de mil
Pintar-me de prata
E imitar-me de lua cheia
Sol numa pauta musical
Onde ...
Nas ondas do sol pôr embalada
Repouso serena
Pedaço de mar e céu
Vogal consoante num raio
Entre duas nuvens cinzentas
Não me dar a mim
Fazer parte da minha luz
Ou ser tudo o que não sou
E morrer ...

sábado, 19 de setembro de 2009

De Ti ...

Carregadas as silabas
Do teu olhar distante
Para além do sal do mar
Fica esbatido no amor
O nevoeiro que vislumbra
Os pensamentos claros que te fogem

Deixo em Cada Olhar um Eco de Saudade ...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tela ...

Paleta de cores
Amo os amarelos do outono
O chão fica coberto de ouro
Gosto da música dos meus passos
Entre a folhagem que teima em cair
Delicio-me com os reencontros
Verdades entre mil abraços
A saudade perfumada de aromas
Que a brisa quente de verão
Deixou á flor da pele
Os caminhos voltam a cruzar-se
Entre um sorriso e uma gerbera
Bebem-se licores enquanto se
Percebem os olhares de sempre
Agora pintados de novas cores
Paixões que a lua abençoou

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sei de Ti Aqui ...

Tenho um mundo cheio de nada
Onde guardo cada pedaço de tudo
Sou uma boneca feita de trapos de afectos
Encontro-me em segredo com os anjos
Aconchego-me debaixo das suas asas
Oiço-os falar de ti baixinho
Sabem da minha saudade...
Onde ainda pequena me penteavas
Sentada no baloiço
Do teu colinho vestido de mãe
Recordo o teu cheiro, o teu abraço...
O beijo de cada despedida feito de encontro ...
Escrevo de mim assim porque fui tua ...
Sei de ti tão longe ... e sempre tão perto...
Queria ir ter contigo hoje
Porque acredito que me amas
E que esperas por mim
Posso por momentos ...
Proteger-me nos teus abraços ...
Dançar para ti ...
Lembras-te?
Ouvir os teus aplausos
Que me pareciam mil ...
Mãe não morre nunca
Prometes ? perguntei ...mas depois...
Pouco depois ...
Foste embora sem avisar
Doeu tanto, ainda dói ...
Sorri, sorri sempre... dizias
Desenhaste o meu sorriso ...
Aprendi contigo a amar ...
Adoravas vestir-me de boneca
Fizeste-me tão feliz ...
Bebo em cada lágrima de saudade
O gosto amargo ...
De cada doce momento...
Afectos esculpidos pelas tuas mãos ...

domingo, 13 de setembro de 2009

Voltei a Dançar ...

Onda que me embala e ensina
Baloiço onde o sonho é mais alto
E a minha alma dá de beber ao meu corpo
Ventania que me fascina e seduz
O palco da vida num segundo
Espreita-me a lua prateada
Ilumina a minha silhueta
Num bailado feito de sombras
As estrelas tocam-me de mansinho a pele
O céu pintou de cenário um arco íris
Frágil ponte entre o sonho e o desejo
Voa saltitando de flor em flor
Nas asas de uma borboleta ...
Perfeito o seu voar ...
Mágica a sua vida...
Breve...

sábado, 12 de setembro de 2009

Moro Onde o Mar Me Abraça...

Não Sei ...

Efeitos desfeitos de enfeites
Audacioso despertar de cenário
Acto vagabundo de ser gente
Mundo ausente de mil tempos
Neblina onde se resguardam
De ser quem são...
Fazer de conta ...
Que o olhar vazio
Já não tem vontade
Medo, perdido, fingido, a raiva
Entre o que faz sentir
E o que não quer sentir
Um lugar estranho
Onde as palavras são apenas palavras
E os gestos, ai os gestos...
Raros, preciosos, únicos...
Não sei muito bem
Quem os perdeu ...
Sei de mãos vazias ...
Sei de olhares em fuga ...
Sei de um sorriso ...
Sem encontro marcado...
Sei de mim
Sem ti
Ficam os afectos

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Anoitece em Mim ...

Questiono-me
Sobre o que não sei
Mais ainda sobre o que sei
Procuro entender
O que desconheço
Sem saber ao certo
Se apenas de mim eu sei
Ou apenas não sei
Quebra-se o feitiço
E a realidade aparece
Nua e crua
Fria e impiedosa
Olho gelada o outro lado
O que penso conhecer
E de nada sei
Sou eu que me invento
Me reinvento
Para me construir
Cada traço esculpido
Cada passo caminhado
É um desejo absurdo
De ser eu
Feita de sonhos
Que um dia ousei ter
Não sou eu
Quem de manhã se veste de mim
E num acto tresloucado
Caminha em direcção ao abismo
Feito de tudo e nada
Num misto de verdade e mentira
Onde a emoção não cabe
A vida desliza entre os meus dedos
Deixo-a escorregar
Sem medo
O meu sorriso é a minha alma
A luz da lua o meu farol

sábado, 5 de setembro de 2009

Entreguei um recado ao vento...

Que chega ao anoitecer
Num olhar feito de silêncios
Voo como uma borboleta
Ando assim por momentos
Vestida de arco íris
Poiso sobre as minhas flores
Um nadinha acima dos sonhos
Bailado feito de magia
Naufrago num mar
Feito de mil momentos
Sobressalto no meu peito
Quando não estou contigo
Deslizam gotas de água
No meu rosto
Lágrimas que o vento
Leva ao meu coração
Porque não estás aqui


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Estrela Cadente ...

Foi com o cheiro intenso na minha pele
Baptismo de mar onde me deleitei
Que te vi rasgar o céu estrelado
Breve encontro entre o sol e a lua
Pedi um desejo
O aroma que emanam os jasmim
Colhem de mim a magia dos afectos
Deixam por breves instantes
Um rasto na areia branca
E a brisa deixa esculpir
Entre as dunas os nossos corpos
Morna e serena acaricia-nos
Sei de ti distante ...
Tão distante que dói o teu silêncio ...
Quero-te assim...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Afecto das Marés...

Sou assim pequenina
Ainda assim não me guardas
Nesse lugar especial
Onde se guardam tesouros
Feitos de afectos
De voz baixinha e meiga
Soletro no meu coração
Bem baixinho para
Ninguém ouvir
O teu nome
Que um anjo protegeu
Vens ter comigo
Devagarinho pé ante pé
Momento feito de sonho
Visitando de amarelo o Outono
Adormeço num lençol de pétalas
De amoras o perfume que guardo
Entre os nossos corpos
Embriagados de desejo
Tocas-me, conheces-me ...
Num beijo sem tempo...

Marés Feitas de Mim ...

Mergulhei no reboliço de uma dança
Interminável e sem conhecer quão profundo
Poderia ser e deixar marcas
Sinto a melodia das ondas no meu corpo
Embater como setas pontiagudas e frias
Deixam nas escarpas pedaços de mim
Que o vento teima em derrubar
Dói de cada vez que o tempo não espera
E as tuas mãos apeadeiro do meu corpo
Não me aconchegam no teu peito
O teu olhar ausente fez-me perder o rumo
Farol que me alumia e guia
Mil marés senti no meu peito
Cheio de um vazio que queima
Caem agora as estrelas que rasgam o céu
Para que os desejos naufraguem
Mas os meus olhos procuram os teus
Á noite a lua junta-se a nós
Enquanto os nossos corpos adormecem
E no mar cinzento de calmaria
Se amam as nossas almas
Feitas de espuma
Numa dança feita de desejo
Acariciam a areia ...

Paixão...

Pareceu-me ouvir baixinho
No sopro do vento
Que me beijou pela manhã
A voz que toca, ainda que,
Por breves instantes
Serena e meiga a minha alma
Adormeci entre duas luas
Num sonho feito de encontro
O medo faz-me recuar
De um mar de calmaria
Que me enfeitiça e seduz
Distante e desconhecido
Mora no meu peito
Albergue onde me reconheço
Refúgio de afectos onde habito
Mistério que uma gaivota guardou
Num voo sobre um céu imenso
Tela onde as estrelas
Pintam o despertar da paixão

Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...