domingo, 5 de dezembro de 2010

Apenas Palavras...

Não sei viver
Sem o perfume das palavras
Coloridas pelo aroma de cada letra
São como o teu olhar desenhado de sentires
Cada troca cada encontro tem do sentir um poema
Em cada olhar descobres a cor de cada sorriso que provocas
Sei de ti em cada circulo desenhado de arco-íris
Do amor o perfume Violeta da eternidade que nos une
Índico é o teu peito imenso onde me aconchego
De Azul tens os sonhos onde o céu deixou de ser infinito
Verde é de esperança a tua cor aquela que me ensinaste a não perder
Do Sol pintado de girassol tens a luz que o teu caminho ilumina
Escondes no crepúsculo o laranja onde acendes a magia da paixão
Forte é a vida que corre de um vermelho intenso em cada uma das tuas veias
Intenso este sentir que nos separa do mundo
E nos une na cor das palavras desenhadas de sentires

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Maculo...

Caminho deambulando num labirinto que parece não ter fim, atrevo-me e sei que não sou mais a mesma, o tempo já vai a mais de meio e tudo o que não foi já não vai ser, avistei um lugar onde me posso aninhar no teu colo em segredo, agora as decisões são adiadas, como sempre foram, esta é a única coisa que não mudou, os passos mais distantes de tudo tornam-se pesados, incrédulos, sem medo ou receio continuam numa vontade simulada de desejo aparente de ser verdade, falo em vão já ninguém ouve, ninguém sequer vê, os olhares perdem-se agora entre umbigos de elites eleitas por sufrágio directo...
Serena questiono-me agora onde ecoam as vozes que me fazem sentido, onde se perdem os abraços que um dia achei serem meus, onde moram agora as emoções pintadas de mil cores em cada desencontro desenhado de encontro, prisioneira do sentir, amargo veneno que a vida impõe, experimento-me sentir e deixo-me perceber impassível, indiferente este existir esculpido num vazio que me protege de mim, o tempo inflige demorada a sua decisão de me ter aqui, insensatez a sua que só agrava a minha pena ...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


Quando o vento se esconde entre a folhagem que o vento baloiça...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sossegar

Esconde-se sereno por detrás da serra
Enquanto espero por mim
O vento frio acaricia-me o cabelo
Voam ingénuos numa brincadeira de
Esconde esconde com a ventania
Beija-me o rosto já sem afago
Incendeia-me a alma a tua ausência
Sigo um raio de luz deixado pelo crepúsculo
Esperando que me indique o caminho
Aquele que por mais que procure não encontro
E quando já nada faz sentido...
Quando respiras porque não sabes como deixar de o fazer...
Perdes-te no meio de um lago parado sem corrente
Cessam os sentidos e adormecem os pensamentos
Calam as vozes que sabem o meu nome
E a tua presença sumiu-se
Extingue-se assim o eu em mim...

domingo, 31 de outubro de 2010

Fechou a porta...

Percebo este bater da porta no meu peito
Fechaste-a e saíste...
Sorrateira e de sorriso tímido
Lá fora espera-te o céu que chora a tua despedida
Vazia esta minha viagem
Sem apeadeiro onde chegar
Vejo-te partir vezes sem conta, digo-te adeus e
Em silêncio procuro por ti dentro de mim
Só... existo...
Sem te ser ou ter sou sem viver
Conheço no teu olhar brilhante um rio
Tela onde revelas o teu meigo sentir
O frio assustado abraça-me o peito
Desajeitado este meu caminhar
Que o vento faz cambalear
E a noite deixa sucumbir

sábado, 30 de outubro de 2010

Pertenço-te...

Escapa-se entre os dedos o tempo que não vivi
Distante tocas-me como uma brisa de verão
Deixas-me com a voz de quem não me conhece
Estranha esta paixão que não entendo
Louco este intenso desejo do teu beijo
Pertenço-te em sonhos onde a Lua se veste de Prata
E o mar amanhece abraçado pelos nossos corpos
Confundem-se na noite pintada de maresia
Não quero acordar deste sono mágico
Feitiço que te trouxe aqui onde a minha alma voa
E os nossos espíritos se unem num só
O espírito do amor
Doce esta loucura que me faz sorrir
Que me deixa cair uma lágrima ao acordar
Sei que acordar é deixar-te voar
Para tão longe, tão distante...
Onde o nosso olhar jamais se poderá encontrar

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vou passear pelas letras e pintar numa tela um retrato desenhado de palavras...

Refúgio...

Estrangula-me não saber
Perceber que me asfixia a necessidade
Numa vontade reprimida de poder ser
Ecos de um personagem
Sem autor ou argumento
Anacoreta contempla a Lua vestida de prata
Alega ser sua propriedade de invento
Amam-se em segredo,
Diz-se por ai que à noite
Murmuram em voz baixinha o seu amor
Lado escuro da noite esconderijo perfeito
Ninho onde se agasalham abrigo secreto
Lugar sem dever ou obrigação
Guarida sem vez
Sem tempo
Sem mim

Quando a noite amanhece...

É tarde, quando noite ainda
Te deixo de mãozita fria e coração pequenino
Caminhamos, e o dia demora-se enquanto desperta
Em silêncio cruzamo-nos com vozes roucas e tímidas
Inventas razões que te justificam a minha presença
Peço-te tudo para te levar comigo
Mas não te chega...
Correm devagar os minutos
E anseias sôfrega aquele encontro que tarda em chegar
De corpo frágil e olhar doce tem o mundo desenhado nas mãos
O teu mundo... aquele onde o teu corpo se aconchega
E a alma sabe, sabe que ali pode voar sem medo
Vens sorrateira aninhar-te no meu ventre
Parece-te seguro ao invés das minhas mãos
As mãos que te deixam ao desamparo
Quando ainda noite o frio nos trespassa e deixa perceber
A chegada de mais uma aventura contra o tempo
Ainda sem perceberes transformas os teus fantasmas na tua dor
Intenso este amor que guarda e cuida em desassossego
Esconde-se dos medos do mundo
Inquietamento que o corpo fere e a alma magoa

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ainda antes de...

Gosto do tempo que passamos juntos
Agora mais pequeno e sossegado
Sem letras ou números que nos expliquem
Entendemo-nos no olhar e num abraço
Poder voar tocar o céu contigo
Deixou de ser, simplesmente
Quebraram-se as asas que nos seguravam
Esforço-me em vão para continuar sem ti
Escondo-me de mim e de ti...
Imigrei para o casulo da minha alma
Onde vivo me transformo e morro
Às vezes tocas-me em jeito de gota de água acaricias-me
Sorvo o que resta do meu sal
Ávida desse mar onde jaze o meu corpo
Não posso mais ser de mim quem sou
Sozinha no escuro não mais te senti
Eterna e obscura esta existência feita de nada
Humilha-me cada despertar sem sentido
Aniquilei cada escolha num descaminho
Desenhado neste leve movimento

domingo, 10 de outubro de 2010

Serenar...

Anoitecer breve e silencioso
Imenso este lugar adormecido
Distante este desejo de te amimar
Sossegado o vento sussurra-me a tua ausência
Sopro brando e meigo acaricia-me dolorida a alma
Disfarce este olhar perdido que o teu não encontra
Na pele despida fere-me o frio que me entorpece e abate
A lua deixa cair esta máscara que o dia deixa pintar
Dolorosa esta espera que o tempo rouba à noite
Assalta-me num abraço intenso sabe de mim longe daqui
Sabe que moro distante desta multidão de sentires
Num lugar onde o sol adormeceu e anoitece a cada amanhecer
Assusta-me este desfiladeiro onde o sol desperta
Se insinua como um rio sem medo entre rochas escarpadas
Íngreme esta caminhada floresce em mim
Ambíguo este labirinto sem cor
Sem ti...

sábado, 9 de outubro de 2010

Inquietação...

Urge a diferença e a dúvida a cada instante
A habilidade de ser humano sem a sombra de ser,
Ser apenas miragem daquilo que os outros querem ver
Arguidos de um fingimento sem argumento
Ao qual cativo se autoriza indeliberado e impensado
Acto de insipiência e ingenuidade

Intenso este existir feito de verdade
Eremita das sete Luas e dos sete Sóis
Contempla no seio da sua existência um caminho
Onde uma vasta multidão o não encontra
São os silêncios que ecoam gritos
Que o mundo não sabe ouvir

Inquietude latejante e ávida
Insaciável de desejos intensos e sedutores
Tumultuoso este sentir que aniquila qualquer juízo
Discernimento que a emoção faz cativo
Combate que a razão disputa e conquista
Sobrevive a esta paixão a quem chamam vida

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Perder...

Afago no meu corpo a minha alma
Recuam, parecem desconhecidos
Não são...
Mas o tempo que a vida lhes deu separou-os
Desigual esta luz que os separa e a escuridão une
Quero que a chuva caia no meu peito
Inunde o meu corpo e encerre a minha alma
Indiferente a minha existência, vã...
Não sei onde mora o significado
Experimento não ser, e sou nada
Sou, e nada faz sentido ser
Alienação mental jaze raiana
Quietude esconderijo onde me abrigo
Refúgio da dor que me consome e desvanece

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sem mim

Já não me encontro dentro de mim
Deixei-me ficar algures
Nem eu sei onde fiquei
Sei de mim distante,
Outrora visitava-me
Hoje não sei onde me procurar
Deambulo pela vida
Enquanto esta me observa estranhamente
Questiona o lugar onde me deixei ficar
Respondo em silêncio e ausente
Eloquente a vida desistiu de mim
Ponto sem tinta num quadro por pintar
Ténue e vago este sentido dissentido
Arrasto-me neste descaminhar
Imperceptíveis deixo os meus passos
Que o vento apaga num sopro frio e amargo
Imprudente este vago sentir
Que as palavras não sentem
E o silêncio não cala

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Escreve-me sobre constrói-se

Ruiu assim...
Escreve-me sobre constrói-se...
E depois envia-me...
São feitas de silêncio as palavras que me constroem
Quando os gritos que me atormentam me fazem ruir
Frio instinto este meu sentir que o sangue regela
Sou parte de um todo que desconheço
Mísera esta tentativa vã que me edifica
Frívola figura que me assemelho
Ilusório este espelho que me trai o corpo
Subterfúgio que a minha alma constrói
Inexorável esta caminhada que me espreita
E me afasta de mim sem permissão
Indubitável este tormento que me aniquila
Choram as lágrimas de sal a dor
Indelével o desconstruo que me abate
Falésia onde me construo
Circular este caminho percorrido

Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...