Adormeço entre as linhas onde as palavras despertam
O sopro suave do vento muda de página sem avisar
Ficam rascunhos pintados a lápis de carvão
De uma história por terminar que não faz sentido
Amnésia que inventei para não saber de ti
A luz que espreita pela frincha da janela é amarela
Digo-me que as letras são o meu mistério
Onde corre o meu sangue em cada sílaba que escrevo
Onde guardo o que resta de um sorriso
E onde as lágrimas secam num segredo feito de afectos
Escondo-me de mim para não me saber
Inesperado encontro que temo
Remando contra a maré tomo o leme
Enfraquecida pelos ventos contrários
Vigio a lua e deixo o mar espelhar seu rosto
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