quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sem Lugar ...

Fere cada dia que passa e o vento não anuncia a minha partida,
A coragem parece disposta a não chegar, sofro em silêncio e agonia,
O céu deixou a porta entreaberta e não tenho mais força,
Prende-me a alma demente, amarrada a um corpo que me repugna,
Impõe-se-me continuar a viver, a existir...
Demasiadamente igual a não sei bem o quê, existo ...
Existo, existo, existo e isso de existir mata-me,
A minha estrela guia caiu ao mar desfez-se em grãos de areia,
As noites tornaram-se companheiras ingratas do infortúnio,
As lágrimas de mar que molhavam meus lençóis de sonhos,
São agora nódoas de sangue que meu coração derrama,
Dei tudo o que tinha, sem nunca nada ter,
Ousei pisar um palco onde não passei de uma triste figurante,
Em desespero rumo sem destino e sem direcção,
Não quero sequer ouvir meus passos ensurdecedores,
Que caminham despidos de sentido e sem deixar rasto,
Exausta peço companhia á lua, deixou-me, abandonou-me,
Trocou-me pelo nevoeiro cerrado onde a procurei e me perdi,
Ouvi o queixume de minhas mãos vazias de um lugar,
Esculpi um sonho feito de nada ...
Levou-o sem avisar, no meio de uma tempestade sem tempo...
Sem Lugar ...

1 comentário:

PURO AMIGO disse...

Olá. Boa Noite
Dois textos, bem escritos, com muito sentido poético.
Espero que esteja bem.
Amizade
Miguel

Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...