Procuro desmesuradamente um motivo,
Uma razão mesmo sem sentido,
Um caminho que indique uma direcção,
Uma voz que chame por mim,
Um olhar que sorria quando me vê,
Busca incessante e vã...
De mãos vazias e coração desfeito,
Desisto, desisto de tudo ...
Invento que sou importante para alguém,
Chamo-me de louca para continuar,
Mendigo pedaços de afectos,
Que não chegam ao meu encontro,
Só tão só, desfaleço no meu recanto,
Faço-me mal e jazo numa escuridão sem fim,
A virgem olha para mim e chora lágrimas de sangue,
Sabe da minha dor, da ferida que queima e não sarou,
Revolta-me a existência sem emoção,
Não quero andar, quero poder voar,
Não me orgulha sobreviver com tanto,
Quero apenas viver, viver mesmo sem nada,
Emocionar-me com um sorriso,
Com uma carícia no rosto de uma criança,
Ser abrigo e aconchego de gaivotas perdidas,
E no fim ouvi-las cantar e partir,
Nada me resta, sangra aberto o meu peito,
Ardem em chama os meus olhos molhados,
Entreguei a minha alma a um desconhecido,
Deslizam entre os meus dedos pedaços de mim,
Na minha pele o desejo de partir,
Estendo a minha mão para ti,
Não vens nunca ao meu encontro...
O tempo não te deixa voltar,
O meu tempo terminou aqui ...
Sem tempo para te avisar,
Que deixei de pertencer ...
Sem comentários:
Enviar um comentário