quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Anunciada...

Procuro desmesuradamente um motivo,
Uma razão mesmo sem sentido,
Um caminho que indique uma direcção,
Uma voz que chame por mim,
Um olhar que sorria quando me vê,
Busca incessante e vã...
De mãos vazias e coração desfeito,
Desisto, desisto de tudo ...
Invento que sou importante para alguém,
Chamo-me de louca para continuar,
Mendigo pedaços de afectos,
Que não chegam ao meu encontro,
Só tão só, desfaleço no meu recanto,
Faço-me mal e jazo numa escuridão sem fim,
A virgem olha para mim e chora lágrimas de sangue,
Sabe da minha dor, da ferida que queima e não sarou,
Revolta-me a existência sem emoção,
Não quero andar, quero poder voar,
Não me orgulha sobreviver com tanto,
Quero apenas viver, viver mesmo sem nada,
Emocionar-me com um sorriso,
Com uma carícia no rosto de uma criança,
Ser abrigo e aconchego de gaivotas perdidas,
E no fim ouvi-las cantar e partir,
Nada me resta, sangra aberto o meu peito,
Ardem em chama os meus olhos molhados,
Entreguei a minha alma a um desconhecido,
Deslizam entre os meus dedos pedaços de mim,
Na minha pele o desejo de partir,
Estendo a minha mão para ti,
Não vens nunca ao meu encontro...
O tempo não te deixa voltar,
O meu tempo terminou aqui ...
Sem tempo para te avisar,
Que deixei de pertencer ...

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Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...