domingo, 15 de fevereiro de 2009

A vida num palco...

Amontoado de momentos que me assolam,
Resgate de palavras que não me entendem,
Deixei de anoitecer, perdi-me dos sonhos,
Velo a minha nula e vã existência ...
Nasceu um rio de tristeza no meu olhar,
Esperam-me abraços que já não sinto,
Passos apressados pelo corredor,
Que anunciam a minha chegada ...
Choram os quadros pintados pelas suas mãos,
Aqui e ali abandonaram o palco,
Monólogo que não aprendi a representar,
Numa plateia de sonhos e desejos,
Ficaram por sonhar, por desejar ...
Espero exausta o segundo em que a cortina cai,
Negra de tanto queixume e pranto,
Imensa para cobrir meu chamamento,
Alumiam meu peito pequenas candeias,
Que apaga com um rude sopro ...
Devagarinho aproxima-se meiga e serena,
Não me assusta mas temo o seu jeito,
A sua falta de encanto, o seu mistério,
Âmbar de um Deus que desconheço,
Faz de mim sua cúmplice e sorri ...
Sabe-me bem estar perto...

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Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...