domingo, 1 de fevereiro de 2009

Inspiro a vida para poder viver ...

Pincelo de azul o olhar fugidio,
Num intenso quadro circular de luz,
Suspenso numa pauta que entoa rouca a tua voz,
Desassossego de lágrimas vivas e cintilantes,
Último suspiro de uma alma em chamas,
Refúgio que permanece frágil e distante,
Instante que não senti passar,
Abstracta a saudade que já não sei sentir,
Deixei de ser palavra na tua boca,
Não sou o nome que o lápis de carvão desenhou,
Perdoa e deixa que eu exista assim,
Abriu-se o céu pintado de luto,
Veste-se de negro o mar que padece,
Arrasta-me o vento pelo asfalto que desconheço,
No desespero de uma luta desigual,
No meio de uma multidão de sonhos,
Perdi os meus num suspiro que não ouvi,
O medo faz-se intruso no meu peito,
Um segundo sem norte, deixo-me á deriva ...
Sem querer que haja amanhã,
Regresso a mim invadindo o corpo gelado,
Inspiro a vida e abraço a minha alma,
De volta, sem nunca ser viajem,
Sem te deixar ali ..

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