domingo, 29 de junho de 2008

Um Dia...

Na inconfundível viagem, acaso ou não,
Alguém passou por ali perto, por magia ou por milagre,
Não sei, não quero saber,
A espera tornou-se encontro, o cansaço tornou-se insignificante,
Na calmaria de um dia tórrido, de Junho,
Uma suave campainha despertou, o seu adormecido desejo de amar,
Fica prisioneira, hipnotizada pelo cheiro das majestosas acácias vestidas de amarelo,
Que iluminaram em circulo aquele momento perfeito,
Perfeito, perfeito tal qual bicho da seda, que tece as malhas do seu destino.
No silêncio procurou sentimentos, emoções, num dicionário onde ainda não existiam,
"O nós",
A compasso com o deslizar do regato, o rosto queimado do sol,
Aproximou-se, e a excitação tornou-se ofuscante,
Cada gota de suor, deslizou sobre as suas bochechas,
Mil dúvidas, uma certeza apenas,
Fruto de amor proibido, de desejo, de desleixo, ou de abandono,
Adjectivos que não conhecia, por entre as mãos encadeou no aconchego do seu colo,
Uma "semente",
Na ternura de um beijo iluminou a vereda onde juntas davam os primeiros passos ,
As amoreiras faziam sombra para as esconder enquanto arbustos teimavam em espreitar,
Seus olhos castanhos abrigavam o seu tesouro,
E como colar de pérolas jamais as arrancou do seu peito,
Serena no colher, inconfundível no cuidar, inebriante simplicidade,
Que guardou, deu e levou consigo,
Até ao dia em que, sem querer teve que partir,
A semente cresceu, deu flor, fruto, e hoje,
E para sempre, guardo-te mãe...
Em mim...
Para mim...
Comigo...

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Porque existo ...

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