terça-feira, 29 de julho de 2008

MAR REVOLTO


Pergunto a mim mesma, em cada momento,
A razão de cada encontro, a razão de cada desencontro, e,
De repente, encontro-me sem resposta, cheia de dúvidas,
Que percorrem comigo cada minuto do meu dia,
E me limitam em cada instante, por uma revolta, contra mim mesma,
Contra tudo aquilo em que acredito, e permanece á distância do infinito
E traz de volta as pessoas que ficaram,
Aqueles que fizeram de mim o que quer que eu seja,
Boa ou má, certa ou errada, verdade ou mentira,
Vivo em constante confronto comigo, com tudo aquilo que eu sou,
Com a minha verdade, que parece não ser a verdade dos outros,
Perco-me em devaneios, de tudo aquilo que queria mudar, e não posso,
Sou eternamente sonhadora, acredito, e isso deixa-me continuar a viver,
A pensar na possibilidade remota de acontecerem milagres,
Estarei eu louca, serei um extraterrestre,
Denominado de "romântico" no planeta terra,
Aquela que acredita em anjos, em fadas,
Na magia do amor, na influência da lua,
Nos mistérios do mar, na pureza do ser humano, na verdade...
Cada instante, descrevo passo a passo a difícil tarefa de existir,
Imprimo em cada milésimo de segundo o sorriso, o esboço de um sorriso,
De quem vive em perfeita harmonia com o universo...
Sou eu, eu e mais algumas personagens que interpreto,
Nos vários papéis que o palco da vida me destinou,
E que interpreto da melhor forma possível...
Nos quais, desvendo aos poucos mistérios de mim mesma...
Hoje, sou por momentos alguém que ainda desconheço,
E que descubro pouco a pouco,
Limito-me a aprender, a viver e revelar-me em mais uma máscara,
Esta que me apraz ser, de novo, e de cada vez,
Mais vezes sinto a necessidade de a usar, esta que me dá liberdade,
Onde posso ser eu mesma, não me julga,
E a cada letra se torna mais íntima,
Onde a minha alma se despe, se acende, e deixa,
Deixa que em cada loucura, em cada desejo,
Na paixão, na amizade, nos momentos de desespero,
Me ilumine com um simples _"estarei sempre aqui"_
Se, por um dia, eu pudesse ser, apenas, apenas eu,
Que mal poderia haver, se não eu...
Sublime, reflexo de um espírito, que vagueia, perdido,
Num mar de confusos labirintos, que procura incessante uma saída,
Sem saber ao certo se o lugar a que pertenço é este mesmo...
...Este que habito...
Um enorme labirinto de experiências,
Onde se cruzam vidas e sentimentos,
E onde cada um busca uma saída que apenas e só não existe,
Determinação e imposição do imaginário de cada um.
Pertenço a um mundo onde não me revejo,
Onde ainda não encontrei o meu lugar,
Onde, por vezes, questiono, de que vale continuar esta procura,
Será que este é o meu lugar? _Aqui onde me encontro...
Porque continuo nesta inóspita caminhada que parece não acabar ...
Num desassossego que parece não ter fim,
Mudo, no meu silêncio, a revolta...

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