quinta-feira, 3 de julho de 2008

Meus

Existem,
Existem em mim, corre-lhes nas veias partículas do meu ser,
Pintei os seus rostos numa tela a guache,
Com lápis de cera desenhei o seu cabelo,
Fiz dos seus sorrisos momentos mágicos,
Amei cada movimento mais inquieto, mais nosso, mais cúmplice,
Respiramos o mesmo ar, ouvimos a mesma música,
Entrelaçamo-nos numa dança inventada,
Partilhamos desejos, trocamos afectos,
Adormecem ao som da minha canção de embalar,
Tracei a estrada da sua infância, com pedaços de algodão doce,
Com muros de sobressaltos,
Guardei cada desejo numa bola de cristal,
Tornei minhas as suas dores,
Corri para chegar a horas, para cada encontro, para cada despedida
Desafiam as minhas fraquezas,
Fazem birra e teimam em me testar,
Choro por errar, por falhar, por não ser perfeita,
Por não estar, por tudo e por nada,
Choro por medo da vida que lhes dei,
Pelos sonhos que lhes dei a acreditar,
Alegram a minha chegada,
Fazem de cada despedida um até já,
Um beijo, um abraço, um carinho, um aconchego,
Adormecem no meu peito, sinto a sua respiração,
Oiço o bater apressado de corações ansiosos por viver,
Por brincar, aprender, conhecer, desafiar, enfrentar,
Brigar, amar, descobrir,
Afinal, apenas não mais do que lhes dei,
A vida,
Viver afinal,
Vivem
Cada um vive a vida que agora é a sua...

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Porque existo ...

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