quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pequenina, eu sou...

Limito-me á felicidade de quem amo e é feliz,
De quem de um modo selvagem, ama,
Cede, mas não deixa rasto, pisa o chão que ama,
Respira o ar que o alimenta, o cheiro do mar,
Livre, seus olhos são o espelho dos meus sonhos,
Das minhas viagens, nos seus passos, caminho,
Passeio as minhas aventuras, liberto a minha alma,
Pequena, pequenina, feito grão de areia, espreito.
Espreito, e aguardo o momento de o poder abraçar,
De poder assaltar seu espírito, sem avisar,
Sem me fazer notar, sorrateiramente e ao de leve,
Fico, quietinha, bem quietinha a um canto,
Oiço o mar, o seu respirar, a sua gargalhada,
O bater de um coração que ama inquieto,
Confundo a cor da sua pele no meio de uma planície,
Sinto a sua sede, o seu desejo que lateja em cada veia,
Dou-lhe a beber as lágrimas, que deixo cair sem querer,
Confunde-as com os beijos doces da sua amante,
Pára, adormece por breves instantes,
Num voo rasante, as nossa almas chegam a beijar-se,
Mas logo desperta, errante continua a sua viagem...
Eu, pequenina, continuo ali...

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