sexta-feira, 15 de agosto de 2008

TACTO

Escrevo, sem palavras, sem sons, sem letras,
Escrevo com a alma, aqui onde moro, onde vive a minha alma,
Peço emprestadas as sílabas de um nome, as vogais de um adjectivo,
Roubo vezes sem fim, verbos no passado, para acreditar no futuro,
Liberto as vogais do teu nome, guardo as consoantes,
Encostadas á melodia de uma viola, que deixei de ouvir,
Reconto os minutos, as longas horas da tua viagem,
Que não termina nunca, invento...
Aprendi de novo a tabuada, de dividir,
Divido-te com o mundo, o teu mundo, ao qual não me adicionaste,
Somas amantes, amigos, poemas, músicas, viagens,
Comigo aprendeste a subtrair, desejos, paixão, carinho,
Riscos, são cada momento, cada acordar,
No mundo das letras, dos números, perco-me,
Esqueço quem sou, vivo, empresto a minha alma,
Deixo na ponta dos dedos o meu ser, o meu coração,
A razão de existir um novo rumo,
O imperativo de haver um infinito, o desconhecido,
Por milésimos de segundos, fico sem pensar,
Sem respirar, inexistente, ausente,
Estranha forma de ser gente...
Estranha forma de amar...

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Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...