segunda-feira, 16 de março de 2009

Sem Nome ...

Quase sem ser, perto de acabar,
Restam-me as letras, as imagens, os sons,
Sobra-me o amor que não aprendi a dar,
Sossega-me a noite amena e frágil,
Quietude que anseio em delírio,
Existem tempos e momentos ...
Cruzam-se por breves instantes ...
Despedida finitamente adiada ...
Usei definições e explicações,
Para perceber sem nunca entender,
Exausta de não fazer sentido,
Controversa forma de insistir,
Questiono o meu sentir inverso,
Feito de contrários opostos ...
Sobrevivo ás emoções no seu limite...
Amo tão intensamente que flameja,
Odeio tão irracionalmente que fere,
A salvo de mais um dia ...
Carrocel que não pára para me ouvir,
Escorrego encostada á minha sombra,
Enrolo-me a mim com medo de me perder,
Sou a minha concha onde me escondo...
Bebo em cada lágrima uma hora de vida,
Aguardo o impulso final ...
Para não me refazer ...
Creio que existe um tempo, um lugar,
Que não este labirinto onde mendigo afectos...
Onde os meus olhos pintados de verde,
Já á muito tempo se perderam ...
A cor a que chamam vida
Ficou pálida e sem vontade,
Resta-me esperar a força de amanhã
Ainda com vestígios do cansaço da noite ...
Onde as memórias se fundem em pensamentos,
Ludibriados para não serem verdades
Ao amanhecer ...
Direi até amanhã, hoje ...
Porque hoje não sei se amanhã o direi ...

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Porque existo ...

Porque existo ...
Acredito ...