quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Para ver...


Retrato de uma cidade sem hora marcada,
Rosto de uma vida imensa, pintada de branco,
Entre dois sentidos, no meio de duas cadeiras,
Aquele que puxa de negro o lustro,
Sombrio é o seu rosto, as mãos de preto pintadas,
Esperam de um desconhecido, um consolo,
Uma palavra, um pedaço de nada,
Que entre um sobe e desce desenfreado,
Repare em si, homem despido de tudo,
Vestido de nada, espera,
Espera em vão, todos olham,
Ninguém pára para ver, é mais fácil olhar...
E não ver, não ver nada...
Ali, em frente continua a espera de um homem,
Ali, onde todos olham e não param,
Continuam o seu caminho,
Para não ver, o homem de cabelos brancos,
De mãos negras e no rosto o retrato de uma vida,
Estampada no rosto a fome de um homem,
De uma simples palavra...

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